quinta-feira, abril 09, 2009




Fim de semana

Durante todo o final da semana
que virou pretérito e passou
Pensei só em mim
e o dediquei à própria vida
Abandonei o vício
de cuidar dos outros
Meditei ao andar insensato
das horas idas
Aos ruídos simétricos
e sem nenhuma graça
tão próprios aos relógios
Misturou-se o som ainda vivo
de meu coração
Mas não eram só esses
os barulhos havidos
No interior de meu ser
sobreveio uma explosão
E como é comum ao caso
também ouvi murmúrios
Pois em toda tragédia
sempre há um vilão
Durante o fim de semana
eu colecionei lamúrios
Inventei mil pretextos
para sair da depressão
Mas se fez a noite
e a segunda feira invocou
a presença dos outros
Eles são implacáveis
em lembrar a obrigação
E renasceu em meu ser
o algoz dos exageros
Que enfrenta a semana
com muita obsessão
Na espera dos sábados
e domingos vindouros

2 comentários:

Gustavo Adonias disse...

Ivan, meu caro

Cá estou visitando o seu belo espaço poético. Parabéns !

Quanto ao seu poema "Fim de Semana", estamos sempre buscando escapar do tempo cronometrado, dos frios e ruidosos ponteiros afiados, que parecem levar-nos ao cadafalso. Quando se aproxima o fim de semana, experimentamos um alívio, pois é hora de folgarmos a gravata e tirarmos os sapatos, esquecermos um pouco da vida opressora, que habita os dias da semana...

Gostei do poema ! Meus parabéns !

Um abraço

Anônimo disse...

Adorei o teu fim-de-semana!
Realmente é nos fins de semana que conseguimos realizar todos os nossos mais ardentes desejos, estar ao lado dos que amamos, ir ao cinema, ao teatro, curtir a natureza!

BEIJOS E UM EXCELENTE FIM DE SEMANA (19/04/2009 DOMINGO)