quarta-feira, abril 01, 2009




Deixo-lhes este conto "meio erótico" ...


Bota mais ...


Evidentemente que nossa “estória” possui nomes e lugares fictícios, afinal o escriba não quer se comprometer mais do que no limite de suas impulsividades com o vocabulário. Na cidade de São Trento, que fica a uns trezentos quilômetros a sudoeste de Porto Alegre vivia um casal de caipiras. Ele se chamava Oriuvando e ela Genoveva.
O casal migrou do campo para a cidade, pois movidos pela ambição pensavam que iriam progredir mais vendendo frutas e legumes na feira do que cultivando-as na roça. Afinal dizia Oriuvando – “Muié, a gente nem percisa di pagá alugué na rua pra modu di vendê as fruta” . Limitaram-se a alugar um barraco na periferia, onde se acomodaram e para onde retornavam à tardinha depois do trabalho e costumavam deitar para fazer sexo, ao entardecer,já que no outro dia a saída era na madruga para disputar espaço na feira de rua . A atividade sexual logo foi descoberta pelos pirralhos da vizinhança que transformaram aquilo num espetáculo erótico e se reuniam acomodados na proximidade da janela para escutar os gemidos e o som do amor em profusão pós-feira ...
Certa tardinha, trazendo um volume de abóboras que encalharam e que estavam já muito maduras , portanto já prestes a estragar, o casal resolveu não perder o produto e reduzir o prejuízo fazendo doces – tipo geléia – para vender em vidros na feira.
Chegando em casa colocaram tudo n´uma grande panela e se puseram a confeccionar o doce de abóbora. Genoveva com uma colher de pau na mão e Oriuvando encarregado de ir dosando e alimentando a panela com açúcar e pedaços picados da abóbora, até o momento de se atingir o “ponto” do doce.
Na janela, postados com os ouvidos colados à madeira do casebre, os pirralhos ouviam os gritos de Genoveva que exclamava – “Bota mais Oriuvando” , ao que ele respondia – “Mexe , mexe Genoveva” ... para excitação total da platéia que do lado de fora imaginava uma cena bem diferente da que ocorria no lado de dentro .

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