terça-feira, março 31, 2009












Aqui , com muita sonoridade ,
apresento
o meu poema




SINFONIA

No ponto de partida
O tom dos cantos
segue uma música
Regida e mui querida
Esse é o som da vida
que entra pelos poros
pelos pêlos
pelo cheiro
Esse é o som da lida
Que tem seus gostos
É interesseiro
Faz melodia atrevida
Tem seus medos
Tem seus zelos
Evita a voz intrometida
Afina os instrumentos
Toca a sinfonia dos vivos
E arrepia ...

segunda-feira, março 30, 2009




Chegando o inverno , olha aí a imagem da geada !!
E a seguir o poema Coordenadas

COORDENADAS




Quando um amor agride
É porque está doente
Necessita de férias
tem de ir ao sul
Submeteu-se ao calor
e está quente
Fará bem a geada,
melhor que o sol

Se acaso uma recaída
Vier a ocorrer no oriente
Deve buscar novos ares
no oeste e seu céu azul
Repousar no norte,
passar ao ocidente
Afogar o gráu e a latitude
no mais puro etanol

Curar seu grave mal
em qualquer continente
Sair da terra leste
rumo à ilha ou atol
Voltar feito doce amor
tropical e sorridente
Deixar n´outro meridiano
sua rude face cruel

quarta-feira, março 25, 2009




Abedula


POR : IVAN CEZAR INEU CHAVES

Uns dizem que foi lá pelo ano de mil novecentos e seis, outros juram que foi no mínimo dez anos mais tarde,o certo é que nossa “estória” começa lá no início do século XX, entre a primeira e a segunda década dos anos mil e novecentos e uns , quando desembarcou em Uruguaiana um Palestino muito desajeitado e entristecido pelos efeitos da migração, mas que estava eufórico com as possibilidades do futuro , sobretudo porque trazia algumas economias para montar um negócio na próspera fronteira do Brasil com a Argentina.

Eram várias moedas de Libra Esterlina, que trouxe carregadas numa bolsa de pano costurada no interior das cuecas , e que seu tio avô – Ibrahim – lhe havia presenteado para que abandonasse o Oriente Médio, o quanto antes, já que o traumatizado velho havia perdido sua esposa e seu único filho durante a invasão turca e queria que o sobrinho fosse buscar vida nova , longe da guerra e das hostilidades que rondam aquele canto do mundo desde os primórdios da civilização.

Era uma época em que no interior havia muito pouca qualificação nos serviços públicos e vigorava o velho ditado popular “em terra de cego, vesgo é Rei” , o certo é que nosso personagem logo foi vítima disso, pois ao se dirigir ao Cartório para obter sua “Carteira Modelo Quatro”, que naquele tempo era o documento que franqueava o trabalho e residência a estrangeiros em zona de fronteira, o funcionário ao tentar “aportuguesar” o nome do infeliz árabe, o documentou com o nome de Abedula .

Durante todos os anos que se seguiram, o árabe esbravejava quando os provocadores chegavam a seu estabelecimento, que já havia se tornado ponto de encontro de tudo quanto era a espécie de gente , e conhecedores das artimanhas para vê-lo irritado e em fúria iam logo atacando – “ e aí turco??” , ao que ele prontamente respondia – “turco não, libanês” . Aliás, era comum que os jordanianos e os palestinos mentissem que eram sírios ou libaneses, pois acreditavam que isso lhes conferia mais respeitabilidade. E a provocação logo atingia o apogeu : - “tudo bem seu Abedula?” – Não é abedula, é Abdallah” , e aí o coitado contava sempre a mesma história – “aquele gringo burro trocou o nome de Abdallah”...

Certa ocasião, Zé Mauro e o alemão Klaus, dois contrabandistas de couro e charque, que seguidamente visitavam a região do comércio, resolveram aplicar uma no Abedula e contrataram um sujeito conhecido como “Bico Doce” devido a sua fama de mulherengo, mentiroso e chegado a destilados nobres – uma espécie de estelionatário rudimentar – o papel dele era sair de dentro da repartição nos minutos finais do expediente.

Exatamente às 17:50 , faltando apenas dez minutos para o encerramento do expediente, alemão Klaus e Zé Mauro estacionaram o Ford Modelo “A” na esquina do prédio da repartição , ante o olhar ansioso de Abdallah no banco traseiro do veículo. – “Calma diziam, o encontro tem de ser do lado de fora , pois “o homem” não pode correr riscos.” - Cinco minutos depois, saiu do prédio um homem vestindo um impecável paletó preto, gravata de borboleta, entrou no carro e saíram pelas ruas de Uruguaiana. Ao final de alguns minutos, desceu o elegante indivíduo carregando um envelope com dinheiro , boa parte das economias de Abdallah iam-se com aquela “autoridade”, mas ele estava feliz, afinal iria recuperar seu nome e em poucos dias receber documentos novos. Voltaria a ter sua identidade !

Generosos, e muito satisfeitos pela ajuda ao “amigo”, a dupla alemão Klaus e Zé Mauro convidaram o árabe para comemorar comendo um churrasco – tipo “parrillada” – no outro lado da fronteira , na cidade argentina de Libres . - "Não se preocupe é tudo por nossa conta ... " o que deixou ainda mais eufórico o agora feliz Abdallah . - "Daqui a duas horas passamos para pega-lo ..."

Saíram da frente do estabelecimento e foram direto para a Pensão da Tia Benta, conhecida por hospedar todos os malandros que chegavam à fronteira, onde os aguardava já de malas prontas o “Bico Doce” – foi só o tempo de ratear o dinheiro - e levar o vigarista até a Gare onde embarcou num trem com destino a Santa Maria, via Alegrete e Cacequi. A noite, regada a vinhos de Mendoza e carnes nobres da Província de Santa Fé , terminou com o Abdallah embriagado, dormindo sono profundo, e sem imaginar que acordaria de manhã cedo bem mais pobre ... e continuaria ABEDULA ...



A IMAGEM é do busto de "José Gervasio ARTIGAS" , herói nacional do Uruguay , um dos maiores líderes da história da América Latina. Libertário, progressista, guerreiro e revolucionário - homem que viveu muito à frente de seu tempo . Morreu asilado no Paraguay , tendo a seu lado o inseparável ANSINA , ajudante de ordens , soldado, negro, fiel companheiro até seus derradeiros dias.

Abaixo meu poema REVOLUÇÃO:

Revolução
1.
Deu para ouvir ...
O primeiro tiro rasgou o silêncio
Quando as idéias eram só sementes
Dormiam tapadas em fina camada
De terras doces em degustação
Temperadas com cravo e canela
O ruído era , sim , de chamada ...

2.
Um clamor atendido ...
Marcando o início de outro tempo
Silvavam os ventos da Revolução
Foram agudos cortes de clarim
muitos deles amolados a fio gelado
Penetrando a carne em disparada
Cada talho afastando a clemência

3.
Não se podia ouvir
Mudos gritos com pedidos de perdão
O sangue jorrando sem precedentes
E sol-a-sol idéias meninas brotavam
Plantas novas de um coletivo gerado
Batalhas aos centos até uma solução
A terra herdada deixou descendentes

4.
Uma nova sociedade
São filhos curados da antes aclamada
Pátria das sementes adocicadas
Nascia assim o marco de outra nação
Sempre pregado pelo brado inspirado
Da bandeira de liberdade presa à janela
Da antiga casa das idéias descrentes

terça-feira, março 24, 2009



Os “percisos”

Por : IVAN CEZAR INEU CHAVES

O “Jardim Maiami” foi criação do último Prefeito da dinastia dos Sanrey que dominam a política na cidade de Pedregulhos, a 700 quilômetros de Porto Alegre, dizem ser o mais distante município do Rio Grande do Sul e também um dos mais pobres, com intenso êxodo rural e uma quantidade muito grande de desocupados na periferia da urbe.

A população do Jardim Maiami era muito variada, mas predominavam desempregados, bandidos, diaristas , que no caso das mulheres eram faxineiras e dos homens eram “chapas” que acampavam à beira da rodovia à espera dos caminhões para descarregar no comércio local. Mas a Vila era comandada por um percentual muito significativo de bandidos, numa variação que ia do larápio barato ao traficante mais perigoso.

Evidentemente, que numa diversidade dessas não faltavam as putas , sendo crível que onde há essa antiga profissional, existe como conseqüência lógica a figura sempre intrigante do gigolô e é exatamente aqui que encontramos o personagem central de nossa história – O “Dente de Ouro” , que ganhara esse apelido graças a um incisivo obturado com uma mistura de metal dourado, que os dentistas chamavam de “amalgama” e que brilhava , mas não passava disso mesmo, ou seja, uma mistura de metais nada nobres.

Dente de Ouro mantinha sob seu domínio pelo menos três daquelas vagabundas, as quais distribuía por pontos específicos de Pedregulhos à caça de “clientes”, sempre ponderando que era necessário variar no investimento: “uma na estrada – outra na praça central e uma na zona” , assim não perde nunca, quando vai mal uma a outra compensa. Solteirão, Dente de Ouro buscava dar um atendimento especial a cada uma de suas “operárias” , correndo por toda Maiami a fama dele como exímio “chupador” , detentor de uma língua felina que trafegava por todas as “partes” de suas ninfas profissionais.

Certa ocasião, apareceu uma moça da Vila Maiami embarrigada e dizendo que a cria era dele – do Dente de Ouro – que prontamente se preocupou em negar e a atribuir para a donzela tantos amantes quantos os de suas ninfetas. O caso foi parar no Fórum de Pedregulhos, numa época em que ainda não existia o exame de DNA e as ações de Investigação de Paternidade dependiam muito da prova por testemunhas. Divilaine, uma das putas , agilmente conseguiu uma testemunha para auxiliar a seu gigolô – tratava-se de Dona Matildia , uma cafetina aposentada .
Audiência marcada, Matildia sentou-se à frente do Juiz, jurou dizer a verdade sobre tudo o que sabia e lhe fosse perguntado , acrescentando – “Deus me livre Doto, só digo o que sei” e se pôs a falar sobre todas as experiências sexuais da pobre moça na Vila , até que o Juiz advertiu, “não quero saber sobre os casos passados dessa moça, o que lhe pergunto é se a senhora sabe se o cidadão aqui sentado é ou não é o pai da criança” , ao que ela respondeu categoricamente – Não, não é !!
E como é que a senhora pode afirmar isso ? – indagou o Magistrado, ao que ela respondeu – porque o “Dente de Ouro” não tem os “percisos” , falando assim nesses precisos termos ...
O Juiz, num exercício de profissionalismo, tentando clarear a situação passou a insistir com a mulher para que ela esclarecesse o que seriam os “percisos”, ganhando a audiência , neste momento, tons de uma trágica comédia. E a mulher sempre insistindo – “Ele não pode ser não, o pai da cria – ele não tem os percisos” , até que o Juiz lhe deu o ultimato : - “Dona Matildia esclareça o que são os “percisos” ou terei que determinar sua prisão” ... A audiência encerrou-se com o Juiz transpirando e uma cara vermelha incendiando de raiva – ao exclamar da mulher repetindo a seguinte frase – “Ah não Dotô um homi veio que nem o sinhô vai mi dizê que não sabe o que qui são os percisos” ...

segunda-feira, março 23, 2009



OS QUINZE (15) anos de minha irmã ISANE - ela continua linda - meu pai OSCAR e minha tia HELENA ( o ano 1977 ) EU (camisa vermelha, era incrivelmente magro, ACREDITEM esse cara aí sou EU = EU , nem EU acredito, mas soum sim SOU EU , EU ... Minha tia da qual , muitos anos mais tarde , tornar-me-ia sócio no escritório de advocacia . Uma foto - muitos significados ... Abaixo meu poema 'DECIMAL' :

Decimal


Os números revelam uma parcial
São os dias de vida estéril
Tempo passado e já perdido
Vitória de uma opção pelo mal
Amor desgastado no esmeril
Mineral pelo ódio parido
Gravando agendas em decimal
Na fração do sentimento pueril
Cada pedaço ao vento é repartido
E o afeto é mutação ao informal
Raiz quadrada de ódio imbecil
Saudades de um amor esquecido
Na vírgula curva de cada decimal




As fotos : Ivan Cezar e a irmã Isane - depois Griselda, a esposa,todos na infância. E abaixo o poema NOSSA INFÂNCIA, de minha autoria:

Nossa infância


Quando do céu em investida
ouvires um fino estrondo
Como um tiro de festim
E o relâmpago com seu flash

ao cronômetro conceder férias,
se por acaso lembrares de mim
Das brincadeiras da infância
Daqueles primeiros dias da vida

Não daquela adotada e oficial
Plasmada em papel carmim
Mas da outra , de sangue real
a que deixa a memória vivida ...

Lembra só das crianças
Das brincadeiras sem fim
Não me vejas com a barba
Encoberta na cor da geada

Tom que agora pinta e cobre
o rude bosque de minha face
Tampouco como a senhora
Que conversa com o espelho

Esse ser plano de mágico gelo
Travestido de moço nobre
E a mania desse liso vidro vil
De manter vivo esse enlace

expondo os tons de vermelho
Nas manchas deixadas do tempo
Marcas que nunca escapam ...
Não olhes para dentro de nós

com o calendário fixo no hoje
Cuida só das puras lembranças
De uma era que evitava a fera
E toda a obra a gerar o medo

Era contida só na fé e n´um clamor
Tão ingênuo quanto doce e irreal
Para que na cena sempre houvera
um anjo capaz de um castigo evitar

A pena seria normalmente aplicada
diante das já desenhadas façanhas
De uma memorável traquinagem
Que na (nossa) história se consumava

domingo, março 22, 2009



Thais e Jessica com o primo-irmão Rodrigo . Abaixo meu poema CONVICÇÃO

Convicção


Faria tudo
de novo
Outra vez
Sim, eu o faria !
Ficaria mudo
Diante do povo
Talvez ...
Ficaria, sim !
Por ti, desnudo
Ao crivo
De um Juiz
Estaria ferido
Mas vivo !
E ainda feliz ...

sábado, março 21, 2009




Esta imagem tem aos fundos uma tela pintada por um aluno "excepcional" da APAE - um presente que recebí pelo período em que presidí a entidade - uma prova de que as pessoas só merecem uma oportunidade ... e a sociedade raramente oferece essa chance . Deixo aqui o conto "Alface":

A l f a c e

Nunca se soube ao certo o motivo do apelido, mas ele ficou conhecido por toda a geração de alunos da década de setenta como “Alface” – ninguém o chamava pelo nome – ele era simplesmente o “Alface” , o pior aluno , o terror dos professores, a negação total do que poderia se denominar “bom exemplo”, mas ao mesmo tempo era uma espécie de Herói-bandido – o cara que divertia demais aos outros. E por vezes, é verdade, até assustadoramente.

“Alface” era tão irreverente que estando com um dente totalmente corroído e tomado de cáries , decidiu extrair ao invés de trata-lo, pois considerou que seria muito interessante ostentar o “visual” sem um incisivo superior , o que de fato lhe atribuía ares de peculiaridade que combinadas a uma face redonda e gorda povoada de cavidades de acne, transformavam “Alface” num ser , no mínimo , diferente .

Como ele não se apegava minimamente aos compromissos com o estudo, sobrava-lhe tempo para tudo o que os demais tinham de abdicar, de modo que “Alface” sempre estava a par das últimas , trazendo as novidades do esporte, as fofocas da escola e os últimos “hits” do momento, numa época em que só existiam os compactos e os Long-Plays . Sempre atual, ele impressionava a todos e sua presença apenas física no ambiente da escola se destinava a manter essa proximidade com a comunidade estudantil.

Foram muitas as estórias hilárias que “Alface” legou para a posteridade, mas por falta de espaço vamos aqui contar apenas duas delas, para prestar reverência a sua biografia. A primeira foi um dia em que “Alface” fez uma aposta com um grupo de alunos de que permaneceria todo o período da aula de matemática dentro de um antigo armário de madeira maciça que ficava ao lado da mesa do Professor. Iniciada a aula, o mestre logo percebeu um clima diferente e que algo havia de errado ali, mas enfim foi ministrando sua aula.

Murmúrios e nervosismo impregnavam o ambiente enquanto equações e fórmulas eram escritas no quadro negro, até que o velho e vivido professor percebeu muitos olhares dirigidos pelos alunos em direção ao armário e sob um silêncio sepulcral começou a ouvir ruídos vindos do interior do móvel . Abriu a porta e entre a perplexidade e a natural tensão descortinou-se a cômica cena do “Alface” abanando para o Mestre e dizendo-lhe: - O l á . . .

Depois desse episódio e cumprida uma pena de suspensão de quinze dias, “Alface” retornou para o convívio da escola, contando as aventuras que haviam se consumado ao longo das duas semanas de afastamento compulsório e durante algum tempo , resignado pela punição, comportou-se adequadamente.

Logo porém, a mesma turma que o cultuava mas também o incitava, indagou – “e aí não vai aprontar outra ?” Ao que ele respondeu com invulgar determinação- “Calma já comprei um quilo de feijão branco e meia dúzia de ovos” . Ninguém entendeu nada , mas “Alface” logo tripudiou – “seus burros não sabem que feijão branco e ovo cozido rende o pai de todos os peidos...”

Revelada a intenção só faltava escolher a vítima e a sorte recaiu na professora de literatura , uma magricela quase anã, que a turma havia apelidado de Penélope, tal sua semelhança com o personagem dos quadrinhos. Iniciado o período de literatura “Alface” soltou o primeiro de uma seqüência de torpedos, mas já o suficiente para que algumas meninas mais sensíveis passassem mal. Como ninguém se identificava como autor da façanha, a Professora retirou-se enfurecida da sala e só voltou ladeada pela direção da escola.

Depois disso, “Alface” não foi mais visto freqüentando a escola e todos os demais seguiram o rumo de suas vidas, sem nunca mais se saber notícias do rebelde, mas há quem assegure que ele se tornou jornalista ou poeta .

quinta-feira, março 19, 2009




POSTAGEM SOLIDÁRIA AO PEDIDO DE MINHA QUERIDA AMIGA Graça Graúna .

A busca e a defesa dos Direitos Humanos é um desafio, a começar pelo respeito às diferenças, pela difícil prática da tolerância e o combate à violência. Esta é uma das preocupações do Projeto Formação em Literatura e Direitos Humanos, da Universidade de Pernambuco (UPE) que, por meio da literatura, pretende contribuir para a compreensão em torno do problema do ensino, da aprendizagem e da produção literária numa perspectiva cultural, social e política; medir resultados, observar avanços, sucessos e dificuldades do processo, para que sejam reforçados seus aspectos positivos.
Junto à Secretaria Especial de Educação e Direitos Humanos da Presidência da Republica, o Projeto obteve nos períodos 2006/2007 e 2008/2009 uma boa repercussão em vários setores da sociedade; especificamente nas cinco áreas contempladas no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, a saber: Educação Básica, Educação Superior, Educação Não-Formal, Educação e Mídia e Educação dos Profissionais dos Sistemas de justiça e Segurança. Em sua fase final, o Projeto apresenta uma intensa programação. O objetivo principal é a formação do Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos no Estado de Pernambuco (CEEDH-PE) e o fortalecimento do mesmo. O Projeto está sob a coordenação das Professoras Graça Graúna e Waldênia Leão que, junto aos quinze bolsistas, traçaram a seguinte programação:
1. DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: RODA DE CONVERSA I
• 02 de abril de 2009
Horário: 14h
Local: Quadra Poliesportiva de Paranatama/PE

2. ENCONTRO COM AS LIDERANÇAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
• 03 de abril de 2009
Horário: das 08h às 12h
Local: Auditório da UPE – Campus Garanhuns

• O lugar da literatura na educação em Direitos Humanos
Palestrante: Profª. Drª. Graça Graúna
Horário: das 14h às 18h
Local: Auditório da UPE – Campus Garanhuns

3. II FÓRUM DE DIREITOS HUMANOS - DIREITOS HUMANOS E TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO
• 16 de abril de 2009
Horário: das 14h às 17h
Local: Auditório da UPE – Campus Garanhuns

• Mesa de abertura

Processo Histórico dos Direitos Humanos no Agreste Meridional
Palestrante: Geraldo Mouret (CEEDH-PE)
Direitos e Desejos Humanos: Imágicas
Palestrante: Roberto Monte (CNEDH)
Sugestão de nomes para a formação do CEEDH-PE

• Recital com poetas da Região Agreste

4. DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: RODA DE CONVERSA II
• 23 de abril de 2009
Horário: 14h
Local: Auditório da Escola Estadual Dom João da Mata Amaral.
Garanhuns/PE
5. III FÓRUM DE DIREITOS HUMANOS – PARTILHANDO SONHOS E LUTAS
• 07 de maio de 2009
Horário: das 14h às 17h
Local: Auditório da UPE – Campus Garanhuns

• Mesa de abertura

Do Projeto Formação em Literatura e Direitos Humanos ao Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos de Pernambuco - CEEDH-PE.
Apresentação: Profª.Graça Graúna e Profª. Waldênia Leão.
Formação do grupo gestor do CEEDH-PE

Recital com os poetas da Região Agreste

REALIZAÇÃO:
Universidade de Pernambuco – UPE

APOIO:
Comitê Nacional em Educação e Direitos Humanos
Assembléia Legislativa de Pernambuco (Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer; Comissão de Cidadania e Direitos Humanos)
Secretaria de Educação de Pernambuco
Secretaria de Educação de Garanhuns
Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de Garanhuns
Prefeitura de Paranatama – PE
Movimentos Sociais
Rádio Sete Colinas – Garanhuns - PE
Rádio Papacaça – Bom Conselho - PE

AO LONGO DA PROGRAMAÇÃO HAVERÁ:
• Exposição itinerante de publicações referentes aos Direitos Humanos
• Preparação do Caderno Direitos Humanos em Movimento
• Divulgação do Movimento de Poesia Pacifista.



tags: Garanhuns PE cultura-e-sociedade literatura-e-direitos-humanos comite-estadual-de-direitos-humanos


onde fica
Comitê Estadual Educação em Direitos Humanos – CEEDH-PE
Rua Capitão Pedro Rodrigues, 105 – São José – Garanhuns-PE
Telefone: (87) 3761.8227



quando ir
02/4/2009 a 07/5/2009, às 08:00h
quanto custa
Entrada franca

quarta-feira, março 18, 2009



Thaís - milha filha mais velha - e eu , ao lado de um "moderno" veículo utilitário ( coisa comum de se ver nas ruas de SALTO no Uruguay. E abaixo meu poema COLEÇÃO :

C o l e ç ã o

Vou colecionar pecados
Próprios e alheios
Cúmplices e recíprocos
Pecados de amor
Só eles – só esses
Nenhum dos outros
Mas muitos deles
Se possível todos
Quem sabe estuda-los
Cataloga-los
Para guarda-los
Depois já classificados
Renovar os pecados
Beijar os lábios
Extirpar os zelos
Acariciar os seios
Alisar os pêlos
E sem nada de receios
Vou selar meus legados
E só depois, bem depois
Ensaiar pedidos de perdão
- e VOCE aí , me responda - é golfista ou golfinho ??

Como se diz aqui no meu sul escreví estes versos -

"loco de atrevidos":

GOLFINHO

Do jogo de golfe
Era só um vizinho
É esporte pra rico
E de gente esnobe
Tem até um carrinho
Com motor elétrico
Não é coisa de pobre
De gente golf_inho
Que não paga mico
Prefere ser o nobre
Golfinho

terça-feira, março 17, 2009



Ponte no Rio das Antas - um lugar bonito ... Longe ou perto ??
Este poema responde:

A DISTÂNCIA

A distância que se mede
Pela convenção humana
Não traduz o quão longe
Pode alguém estar de ti
Um metro ou mil , é não

A distância não impede
Uma proximidade insana
Parceira do que se tange
Cuja aura pode estar ali
Terra e mar, um só senão

A distância sempre cede
teme a solidão da cabana
Vive qual asilo de monge
Na espera da porta a abrir
Ao ar ou ao vento, então


A imagem mostra o "trono" do R.: Sal.: na Loja "Union Y Fraternidad Riverense" , na cidade de Rivera/Uruguay, fundada em 1906 , centenária , portanto.E lindíssima ...
Abaixo o poema:

PLANETA

No tamanho de meu mundo
Não cabem todos os sonhos
E as divisas de onde moro
São faísca de um planeta

Meus versos cantam um distrito
Uma província de luz
Na escuridão do conjunto
Não vale explorar a terra

O tamanho dos meus sonhos
Não suporta muitos mundos
Basta o lugar onde moro
Aqui se encontra o planeta

Meu verso chora o limite
Reduz meu canto a uma voz
Buscando linhas fronteiras
Fragmentos de um planeta

Quero a parte que me toca
Quero o limite dos sonhos
Não quero horizontes amplos
Sufocado no planeta.



Aqui a foto de OSCAR FONTOURA CHAVES, no auge de sua juventude, quando servia ao Exército Brasileiro. Mas optou por sair da vida militar e foi para a Polícia Civil, onde fez carreira, tendo respondido como Delegado em várias cidades. Naquela época, como aos Delegados não era exigida a titulação de bacharéis, e os agentes eram nomeados provisoriamente para os cargos. Ele se aposentou como Comissário de Polícia. Depois disso meu pai amargou anos de exílio no Uruguay , fruto de sua ideologia e de ter oferecido resistência à ditadura militar . Para ele e para todos os pais do mundo o poema "Meu Velho":

Meu velho

Ah, meu querido velho
Que tanto tens para dar
Deixa cair tua palavra
Sobre os meus ouvidos
Ensina-me a arte de moldar
Para assegurar a lavra
Do texto puro dos sentidos
Que se reflete no vivo espelho
Quero o poder de te perpetuar
Colher tua voz em cada safra
Assim, meu mui caro velho
Desenharei mundos infinitos
Para na eternidade te sepultar
E sem nenhum ato falho
Para sempre te reverenciar

sábado, março 14, 2009




Na foto, Griselda e eu,com Antonio Flavio Xavier,(Professor de Direito na Univ. Federal de Sta. Maria )e Enio Aires Guedes, pecuarista esposo de minha sócia e tia Helena, ambos Irs. da Harmonia 64.

Aqui deixo o poema

"Cegueira"

Na lógica da escuridão
A vida não dá passe livre

As noites são só retalhos
Onde vagam as sombras

De tudo o que não foi
Pensando no auge de ser

Um cego pinta a madrugada
E no êxtase há a penumbra

Enquanto arde um toco de luz
Indicando um único caminho

Que tem começo e fim
Na beira d´um escuro abismo



Há alguns anos, quando visitamos Buenos Aires, como todo e qualquer turista o roteiro incluia um passeio pelo legendário "Barrio de La Boca" - que plasmou algumas imagens tão fortes , marcantes, que resultou neste poeminha :

La Boca

Um lábio cantante
Encanto da boca
É mesmo hilariante
Há um Bate–boca
Boca que bate
Na boate da boca
Bebe-se o malte
Beija outra boca
Se diz disparate
Ela parece uma louca
Febril e dançante
No bairro da Boca


Esta é uma das primeiras poesias que escreví, ainda no tempo em que não me animava a mostrar para ninguém - tempo aliás, que vai longe , bem longe, muito mais do que possam imaginar - Eis os versos :



Minha poesia

A primeira, tão tímida e escondida
Qual o apressado beijo da eterna musa
A teia de versos nunca fora proibida
Outras vieram de forma menos confusa

Minha última poesia não existe
Viaja em noites sem parada
E não para nunca de sonhar !
Ainda que lhe neguem papel

Será gravada feito um poema triste
Em superfície menos Nobel
Se a mão que escreve for levada
Mesmo lá, ela vai para cantar

A alma não haverá de ser reclusa
Irá vagar na dimensão encantada
E buscar no pranto d´uma intrusa
O seu tempo certo de voltar ...



A cidade de São Sepé/RS leva esse nome em homenagem a uma figura emblemática da história do Rio Grande do Sul . Sepé Tiarajú ( o índio da estátua) foi um bravo Cacique que lutou pela unificação dos chamados "Sete Povos das Missões" - foi um dos últimos pilares de resistência da cultura indígena no sul do Brasil - tendo lutado heroicamente contra os estrangeiros colonialistas. Era um homem que, inobstante sua valentia e vocação para o combate, ostentava grande cultura e inteligência, falava fluentemente várias línguas, educado que foi por Padres Jesuítas. Morreu em combate no vizinho município de São Gabriel. Deixou muitas lendas, uma delas sobre sua paixão pela índia PULQUÉRIA e os encontros secretos numa Gruta que leva o nome da sua amada - a Gruta da Pulquéria, como ficou conhecido o local . O índio possuía uma marca pessoal que o identificava - UM LUNAR - próximo da testa , e se diz que quando foi abatido, esse Lunar se desprendeu,subiu para o céu e transformou-se no CRUZEIRO DO SUL ...

Escreví uma série de poemas dedicados à cidade de São Sepé - se um dia Deus permitir - serão eles reunidos em coletânea. Por enquanto deixo-lhes este

Delírio


Para minha cidade, muitos versos
Que falam de coisas verdadeiras
Lugares que existem – e são belos
Palco e passo de modas passageiras

Permito-me, então, um surto de delírio
Ponho-me a construir, brinco de mudar
Trago o mar, ergo o morro e planto o lírio
Importo teatros para com a amada ficar

Logo, porém , volta aquele vento forte
Que sacode o corpo e estremece a alma
Eis que retorno quieto para o meu norte
Acomodado logo ao sul da primeira dama.



A imagem mostra a PRAÇA DAS MERCÊS - a Igreja Católica - o centro da cidade de SÃO SEPÉ, minha cidade natal e também das minhas filhas THAIS e JESSICA . Nela me inspirei para escrever ó poema

A PRAÇA


Se diz que toda,
ou quase toda
A cidade que é pequena,
ou se apequena
Tem na volta da praça
Uma igreja e um clube
Reza e dança pra toda raça
Palácio de vários poderes
Casarão antigo cheio de traças
Mulheres de muitos deveres
E um bar de abrigo pra luxúria
Os velhos curtindo suas penas
E os jovens ávidos de prazeres
A praça é resumo e síntese
É só um simples quadro de mestres
A desafiar conjunto de teses
Mas é também planta complexa
Definição de mistério e enigma
Do lugar da vida...



a IMA - GEM de uma TAPE - RA diz tudo - ela fala por sí só - no caso da fotografia acima, este era o Aeroporto da VARIG em Sant´Ana do Livramento/RS , e sobrou isso que aí está . A cidade acostumada a PERDER tem poucas vozes defendendo-a , sendo que no último senso demográfico do IBGE foi constatada uma perda de população em números próximos a 7.000 (sete mil pessoas) . Uma cidade que na década de 80 andou próxima dos 100.000 habitantes, hoje está com algo em torno de 90.000 - Só o fechamento do frigorífico SWIFT ARMOUR acarretou a perda de 4.000 empregos diretos - E ninguém fez nada para compensar a perda ... Em homenagem a essa cidade, parte de minha vida , palco da minha juventude , deixo o poema

SOBRE A PERDA

Perder é não mais ter
A pedra que caiu
A jóia que se foi
O poema que faliu
A fuga do bem querer
Um amor que traiu
O vento então corrói
Falta chão para correr
No depois você nem viu
A marca do que se foi
- Psiu !
- nem mais um piu !
Já não há
(mais)
O que fazer


Sugestiva a imagem com este meu poeminha intitulado

SONOS

Deito em qualquer cama
buscando só um bom sono
Simples inércia
para o descanso do corpo
Ou noite de medo
pelo pesadelo sem dono

Alívio na madrugada
dos sonhos de garbo
E no descanso
o braço de ferro é o patrono
A mente pára ou desliza
conforme o fardo

Dormir é fazer caminho
num rumo cigano
Acordar é a vida
que não perdoa retardo
Um último sono não passa
De um ledo engano









Escre
vam e digam se gosta
ram do poema abaixo:

HORIZONTE


Creiam que não é um despiste !

No horizonte nem sempre visível
Que se esconde aos fundos da cidade
Repousam seres de um outro nível
Habitantes que fizeram a realidade

Do que já não existe !

E se ainda há uma cultura confiável
Saibam que o horizonte é de verdade
Porque lá mora o espírito do indomável
Que não aceita a mão de um covarde

Lá é a pátria de quem insiste !

O horizonte é manto de terra arável
Onde se renovam almas sem tempestade
E germina a semente do inquebrantável
Na lógica de que a morte é mera metade



Os olhos do mundo - muitas vezes são isso mesmo que a imagem inspira - um "peido" ou uma "merda" , então quem sabe voces não gostam deste poema:

Olhares

Agora estás exposta
aos olhos do mundo
Já foram flagrados
teus amores secretos
E a noite devorou
teus mil segredos
Todos teus desejos
São rasos conhecidos
Dá adeus, despede-te !
Dos encontros clandestinos
Caíste nas lentes
do olho indiscreto
Agora estás nua
no centro do maior teatro
Partiu o espelho
em que te vias invisível
Na enorme platéia
só há olhos cretinos
E tua vida é o espetáculo
desta vil exibição
Logo tu que julgavas
o olhar como previsível
Não acreditavas
nos espiões escondidos
Agora partiu o cristal
O vento sacode os panos
aos olhos do mundo



IVAN CEZAR ao lado de EDUARDO (Delegado de São Sepé) , RIBAS JR. (Corretor de Imóveis em Floripa ) e ORLANDO BARQUÍN, ( executivo da AMEP de Santa Fé - Argentina)

sexta-feira, março 13, 2009




Na foto com minha esposa,
deixo este poema bem humorado intitulado

SENSATEZ

Tua face furiosa

faz bem feio retrato

Amada ouve o poeta

e d´este um relato

Para seres sensata,

tens de ter mais tato

Linda, não deves viver

qual bicho do mato

Revigora – te, muda,

e faz logo um contato,

Preciso de ti e não mereço

tanto mal trato

Enfeitiçado, abrevio,

e vou direto ao fato

Oferto-te a paz

que descansa e jaz

naquele quarto


Na cidade de SALTO, tendo ao fundo o Rio Uruguai, no exato ponto em que a República Oriental faz fronteira com a Argentina. Gosto desta foto porque gosto do lugar e me traz boas recordações. Aqui a poesia BEIJOS que escreví lembrando os bons tempos da juventude -

B e i j o s

Não gosto de beijos secos
Aviso-te e clamo
Nem me convides a beber
De vinhos muito doces
E que enjoam
Tudo tem seu ponto certo
Aprendi e ensino-te
De nada vale um beijo seco
Não degusto doçura pura
E na solidão da adega
Vagando no escuro eu entendi
Só vale molhar os lábios
Com o amargo do bom vinho
Para recolher em tua boca
A doçura de teus beijos



A fotografia de um edifício que construí na Praia de Palmas - Santa Catarina - e que me impôs as mais severas dificuldades que enfrentei na vida .... (até este então) - E com essa imagem deixo plasmado aqui o poema "Dificuldades", que expressa sentimentos do tipo :

DIFICULDADES

Difícil saber
a quantos passos se está
de um objetivo qualquer
e que até às vezes
sequer cobra movimento

Difícil saber
a surpresa que a vida fará
em cada novo amanhecer
mesmo que por vezes
tenha-se dormido , ou não

Difícil saber
porque algo nunca será
em que pese tanto sonho
até as rezas , às vezes
e se manterá no irreal

Difícil saber
o que o alheio te imporá
na concordata de teus planos
em que pese os bons projetos
Ele te faz mudar o rumo


A famosa Avenida SARANDÍ (Rivera/Uruguay) no ano de 1940 - já existia a Loja SIÑERIZ que atravessou o Século XX e até hoje, em pleno século XXI está no mesmo local, atraindo "turismo de compras" por gerações . Com essa bela e histórica fotografia deixo o poema

LEMBRANÇA
Minha mais remota lembrança
Mora num distante lugar
Que não tem um endereço
Traduzido em números
nem mapa rabiscado em linhas
Tampouco pessoas ou nomes
Nem testemunhas estranhas
Não tem cara nem forma !
É uma lembrança tímida e quieta
Recordação nítida do desconhecido
Reverência a um passado nebuloso
Antiga personalidade de meu eu
Refúgio de um deserto
ego que era (ainda) inocente
Desconhecido habitante do tempo
De um mundo que não existe
Ou que, se existe,
é uma mera ilusão...



Poema de IVAN CEZAR publicado nos sites OVERMUNDO e RECANTO DAS LETRAS:

DE PEDRA



Vinde para o nada olho cego e curioso
Te esperam com ânsia respostas escuras
Estampadas na face áspera e sem brilho
De um trincado e tosco espelho de pedra

Apontai para noite teu olhar pernicioso
Para poder atrair as estranhas figuras
Que rodam no mesmo e insensível trilho
Dormente em toscos caminhos de pedra

Afundai na lama observador vil e furioso
Submerge nesse tom tuas idéias obscuras
Não nasce no lodo um poema viscoso
Para registro em toscos livros de pedra

quinta-feira, março 12, 2009



Tendo como pano de fundo a imagem do Monumento à Maçonaria, próximo ao Mercado Público de Florianópolis, deixo este poema que é um dos mais copiados na internet, e que eu escreví algum tempo depois de ter ingressado para a Ordem. Chama-se "PONTO E VÍRGULA" - Aí está ele:

POEMA REMANEJADO PARA O MÊS DE NOVEMBRO/2010


Eis um poema de amor à natureza - dedico a ela que anda tão mal tratada :

Poema Verde

Tapete verde de relevos
em tons diferentes
Assim são os campos
da tua e da minha terra
Pradeiras da gestação
das nossas gentes
Colhem-se lá os alimentos
que o solo gera
Sustento sem ideologia
até dos descrentes
Teu tipo de cabelo,
a cor da pele,
tua altura
Nada disso mudará
o verde dos campos
Tudo o que já és
e tens
cabe nessa moldura
Não lhe negues reverência,
cuida teus atos
Pinta de verde tua alma
e confessa-te ao cura
Não ceifes a brotação
e limita teus pecados
Casa-te à tua natureza
e foge à linha dura
Descarta as vaidades
e cuida dos predicados
Aliados ,
alma e chão ,
na verde escultura.

quarta-feira, março 11, 2009





Glória do desporto nacional - ó INTERNACIONAL que eu vivo a exaltar / levas às plagas distantes , feitos relevantes / vives a brilhar / Olhos onde surge o amanhã - radioso de luz - varonil / segue tua senda de vitórias colorado das glorias, orglho do Brasil //// é teu passado alvirubro motivo de festas em nossos corações / o teu presente diz tudo, trazendo à torcida alegres emoções / colorado de ases celeiro - teus astros cintilam num céu sempre azul / vibra o Brasil inteiro, com o Clube do povo do RioGrande do Sul .

Clube mais vezes campeão Gaúcho
Bi-campeão brasileiro 1975/1976
Campeão brasileiro INVICTO em 1979 ( único no País )
Campeão da Copa do Brasil 1992
Campeão da Taça Libertadores da América em 2006
Campeão do MUNDO pela FIFA (único gaúcho com esse título)
Campeão da RECOPA
Campeão da Copa sulamericana 2008
Consagrado em 2008 como CAMPEÃO DE TUDO !!!
E o mais importante:
ÚNICO CLUBE DO RIO GRANDE DO SUL QUE NUNCA jogou na SEGUNDA DIVISÃO



Imagem do por do sol no LAGO DO BATUVA de Santana do Livramento.


Tendo como fotografia o PARQUE INTERNACIONAL na fronteira Santana do Livramento(Brasil) e Rivera(Uruguai) - duas pátrias , um só amor, deixo meu poema "Desencontro", espero que gostem:

Desencontro

Penso sempre em ti – e então lembro
Nas horas boas e nas do nem tanto
Simplesmente porque não há o nunca
E só me restam as lembranças
E não te tenho
Nem hei de ter
Mas quem garante que tudo acaba
Engana-se tendo-se por sábio
Sem sonhar que os mistérios
e só uma (única) esperança
Ocultam-se num dos anéis de saturno
É lá que eu hei de ir e ler
Um velho papiro
Repleto de cruas frases soltas
Com outro destino por revelar
Num texto escuro e curto
que tudo diz
E que viaja mansamente
pelo universo do nada

terça-feira, março 10, 2009




A foto mostra o grupo da Loja HARMONIA 64, durante visita ao Município de MARCELINO RAMOS - Hotel VILLA DAS TERMAS - show de bola , as águas termais excelentes e teve até passeio de MARIA FUMAÇA.



O ARTIGO COM O TÍTULO "PERO NO MUCHO" FOI PUBLICADO EM DIVERSOS SITES , DENUNCIANDO UMA ESPIONAGEM SOBRE AS PLACAS DOS CARROS, UM CONTROLE DO DIREITO DE IR-E-VIR. CONFIRAM O PERIGO !!!
“PERO NO MUCHO !”


Na fronteira com países como a Argentina ou o Uruguai é comum ouvir uma expressão que é muito usada no idioma espanhol - “pero no mucho” – que alude a relatividade de um conceito qualquer, mitigando uma idéia inicialmente tida como absoluta e que sempre insere-se em locuções de ironia e/ou humor. Em tempos de Lei Seca nossos hermanos não perderiam a hora em dizer “puedes beber”, mas logo complementariam “pero no mucho” .
Em virtude do exercício da Advocacia deparamo-nos com surpresas tão renovadas quanto inesperadas as quais se prestam a demonstrar que, por mais atentos que sejamos e por mais informações que recebamos, nunca chegamos a desvendar a amplitude daquilo que ocorre em nosso entorno.
Foi ao atender um caso envolvendo um cliente que teve suas compras apreendidas pela fiscalização da Receita Federal, que tomei conhecimento do contexto que pretendo compartilhar aqui nesta crônica. Com efeito, o dito cliente depois de extrapolar o limite (quota) de tolerância para compras no estrangeiro, ao ser abordado teve as mercadorias e sua caminhoneta apreendidas pela fiscalização aduaneira; até aí nada há de diferente nesse procedimento, a ensejar outras reflexões.
Ocorre que na lavratura do respectivo auto de infração e na fundamentação da decisão administrativa do processo fiscal, foram utilizadas pela autoridade fazendária informações fornecidas por uma federação de seguros – que é uma entidade privada – e que mantém câmaras de vigilância na ponte de Rosário do Sul, conectadas a um sistema de informática que controla e registra a placa do veículo e o número de passagens pelo local. Essa “federação” seria colaboradora ou integrante de um sistema denominado “Sinivem”, criado pelo atual governo federal para aperfeiçoar o “controle” de fronteiras.
Em resumo, nossa democracia que sempre teve no direito de ir-e-vir um de seus símbolos, passou a permitir que entidades privadas exerçam o controle sobre o antes sagrado direito de locomoção, inventariando o número de viagens feitas pelo cidadão ao longo do ano. Pior ainda, pude constatar que a referida entidade privada fornece(u) informações a um órgão de fiscalização e a autoridade usou essa informação como prova em desfavor do cidadão.
Não sei se isto é apenas mais uma faceta do proclamado – e ainda mal resolvido - “estado policial”, mas sei que para muitos de nós que ganhamos fios brancos de cabelo exercendo a Advocacia, renova-se a lição de que no mundo jurídico tudo – ou quase tudo – é relativo. Nosso direito de ir-e-vir pode até continuar livre, todavia nossos vizinhos castelhanos alertados do conteúdo deste artigo certamente iriam ponderar: “si, pero no mucho!”

Ivan Cezar Ineu Chaves - advogado (OAB/RS nº 25055)

Fotos das Lojas Maçônicas UNION Y FRATERNIDAD do Or. de Rivera e Harmonia 64, do Or. de São Sepé .


Vou tentar publicar uma foto do CLUB URUGUAY , na rua Sarandí - cidade uruguaia de Rivera - palco das muitas e inesquecíveis noitadas da juventude , nas décadas de 70 e 80 . Aos saudosos que aqui passarem ou aos curiosos ...

quinta-feira, março 05, 2009


Estou tentando carregar o BLOG . Na verdade tento domar esse touro, mas para mim, campeiro dos pampas do sul, essa tal de internet ainda é um animal arisco, de modo que vou cravando minhas esporas e tentando entender .... enquanto isso postando alguma coisa boa e , vá lá .... se acertar , ótimo
... Na foto eu com o Flávio , Ve.: Mest.: da Loja Caridade Santanense nº 2



Caridade Santanense nº 2








MOMENTOS DE MUITA ALEGRIA NO VERÃO DE 2009 - INESUQECÍVEL !!!!!!!!!!!!!!!