terça-feira, março 07, 2017

Séculos

Desbrava-se o século vinte e um
Cabe-me uma parte do bolo
Dizem que são anos novos
Para mim são simplesmente anos
Bradam que são outros tempos
De renovação, de expiação
Os esotéricos
Os filósofos
Os cientistas
Todos apresentam suas teses
E eu aqui apenas vivendo
Devagar, um dia de cada vez
Ocupando a vaga que me cabe
No estacionamento secular
Não sou totalmente
Nem esotérico
Nem filósofo
Nem cientista
Só sei que acumulo anos velhos
E que a antiguidade mofada
Dos tempos e dias passados
Fazem enferrujar  os conceitos
Apenas vivo o tormento humano
De formular novas perguntas
Talvez as mesmas que esperam
Esotérica, científica e filosoficamente
Dentro do Baú dos séculos

Pelas ingratas respostas