Soneto a um porco
Corte nobre de pernil defumado
Infeliz parte do suíno sacrificado
Mesa farta de abastado comensal
Delícia para um jantar sofisticado
Será tudo perdoado, tudo normal
Far-se-á a ceia com retalhos do corpo
É da cadeia alimentar esse fim fatal
Pois afinal , era só um pobre porco
Depois, o afago no
perfumado gato
Para ele só o carinho e muito amor
Pois é bicho mimoso alheio ao prato
E no outro lado, na direção do mato
Ladram cachorros guardiães da flor
Ávidos pelos restos do porco ingrato
Nenhum comentário:
Postar um comentário