sexta-feira, março 22, 2013


CRÔNICAS DE FAMÍLIA – A LATA DE PÃO



Já perdi a conta de quantos textos escrevi manifestando-me contrário à cultura do consumo que traz consigo como companheiro inseparável o conceito do descarte. Comprar , usar , trocar e descartar , uma sequencia destruidora e – não se enganem – os danos não são apenas materiais , pois não só se estão exaurindo os recursos naturais do planeta, mas e sobretudo, exaure-se muito da essência humana . Nossa espécie é pó e ao pó voltará ...
O lar onde fui criado foi berço de muitos valores e folgo dizer que as mais doces recordações da infância estão atreladas a objetos de uma simplicidade que certamente este relato e sua conclusão contaria com o aval de São Francisco de Assis. Tudo em nossa casa era simples e, por consequência, nós éramos pessoas simples e – penso – continuamos ainda nesse mesmo patamar.
É evidente que nossas vidas mudaram e tanto minha irmã Isane quanto eu nos adaptamos ao estilo de vida comum aos profissionais liberais e, por óbvio , nosso dia-a-dia nem de longe recorda o cotidiano vivido naqueles idos anos das décadas de sessenta e setenta. Ao mesmo tempo essa nova realidade nem remotamente se presta para mitigar a saudade daquele tempo que enclausurou os mais puros e mais ternos momentos de nossas biografias.
Uma dessas lembranças que jamais me sai da memória é a Lata do Pão, que eu grafo em letras maiúsculas para que a simplicidade da coisa não guarde nenhuma proporção com a magnitude do sentimento vertido na lembrança . A Dona América – nossa amada e adorável mãe – guardava o pão numa lata que ficava num canto da cozinha escondido atrás da porta. Nunca entendi porquê a mãe escolheu aquele lugar ...
A lata era apropriada para o fim, pois naquele tempo a indústria de “galletitas” da Marca “Famosa” da cidade uruguaia de Paysandú acondicionava as bolachinhas (galletitas em espanhol) em latas que possuíam um visor de vidro redondo e uma tampa do mesmo formato que permitia acondicionar o alimento com muita higiene e segurança.
Quando desejávamos cortar uma fatia de pão, invariavelmente tínhamos de abrir a gaveta antes e pegar uma faca, pois só assim era possível abrir a tampa da lata . Pois graças aos recursos da internet um dia desses encontrei uma imagem de uma lata idêntica àquela que servia de depósito para o pão que nos sustentou na infância . Então recuperei e avivei as lembranças e decidi pelo texto .
Mais um texto que exalta nosso passado simples – valorosamente simples – que sob o compasso e o ritmo de corações sensíveis e de bons propósitos , ainda nos fazem entender que com muito orgulho, de certa forma , ainda continuamos a buscar o pão de cada dia na velha Lata de Pão preservada atrás da porta do tempo ...

4 comentários:

La Gata Coqueta disse...



Cuando tuve sed llame a tu puerta y me has dado de beber,
Cuando el camino se hizo penoso me has tendido la mano,
Cuando las lágrimas corrían por mis mejillas me las has secado,
Cuando el corazón lo asolaba la tristeza le regalaste una sonrisa,
Cuando la soledad me acompañaba fuiste mi luz y guía,
Cuando, cuando...

Ser tu amigo hace posible que la vida tenga otro sentido
y otras dimensiones...

Un muy feliz semana, esta que es tan especial.

Atte.
María Del Carmen

En mi casa y en la niñez el pan se guardaba en cajas de madera que eran bastante grandes con una tapa que abria sobre sí, me has traido a la memoria algo mnuy, muy de antaño!!

La Gata Coqueta disse...



Te deseo
Un feliz jueves Santo
Día del Amor Fraterno,
desde el recogimiento
y la serenidad de las palabras.

Un abrazo con mesura
y un beso con ternura.

Atte.
María Del Carmen



La Gata Coqueta disse...



Qué bello puede llegar a ser el día
cuando la bondad lo ha iluminado...
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Qué la Pascua de Resurrección
nos ilumine a todos...
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Deseo pases una tarde
donde se acomoden los
sentimientos en el
seno de los ruiseñores.
► ♣ ◄

Atte.
María Del Carmen




La Gata Coqueta disse...



Con la sinceridad en la mano
y una sonrisa en los labios,
te deseo un esplendido
fin de semana!!
Cumpliendo sueños
y restableciendo ilusiones...

Un abrazo de esperanza
Y un beso de confianza.

Atte.
María Del Carmen