quarta-feira, dezembro 29, 2010

INTRUSAS


Sabem que as pequenas
E rotineiras decepções
São aquelas dores
que quase sempre
Mofam esquecidas
em algum canto do coração
Escondidas e com vergonha
Buscam exílio
no vazio da alma ferida
Vegetam refugiadas
no lar de um ego
Herméticas ao olho
externo do mundo
Corroem em silencio
um corpo feito refém
Que sonha e deseja
excluir as intrusas
Bem antes do tempo
da metamorfose
Que transforma
todo o conjunto invasor
Numa grande
e sempre amarga
desilusão

quinta-feira, dezembro 16, 2010



(cascata da Pulquéria - São Sepé/RS)

Queiras ou não

Queira você ou não
Uma lágrima vai descer
Como as águas
Serpenteando o chão
Para dar a ver
As belas cascatas

Queira você ou não
O choro haverá de ser
Amparo para mágoas
Pela falta de pão
E a falência de ter
Dos bens só sucatas

Queira você ou não
Meu pranto vai viver
Como as tábuas
Como degraus no vão
Esperando morrer
Descendo escadas